FMS与BM俄为什么可以相互俄汉互译中的转换法

vers?o On-line ISSN
Gerais, Rev. Interinst. Psicol. vol.7 no.2 Juiz de fora dez. 2014
Sentidos do trabalho para jovens de um empreendimento solid&rio e para trainees
Meanings of work for young people of a solidarity enterprise and for trainees
Betina Magalh&es BitencourtI,; Fernanda Mitsue Soares OnumaII; Valmiria
Carolina PiccininiI; Lilian Barros MoreiraIII;
Rodrigo Barros SeveroIV
IUniversidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil
IIUniversidade Federal de Alfenas, Varginha, Brasil
IIIUniversidade Federal de Lavras, Lavras, Brasil
IVUniversidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Brasil
Os estudos sobre sentidos do trabalho tornaram-se bastante difundidos na academia brasileira. Neste, buscou-se compreender os sentidos do trabalho para jovens em organiza&&es de trabalho distintas: trainees e trabalhadores de um empreendimento solid&rio. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas e foram analisados por an&lise de conte&do. O sentido do trabalho est& ligado &s quest&es como classe social e grau de escolaridade. O contrato de trabalho tamb&m pode ser uma vari&vel na atribui&&o de sentido do trabalho. Sugere-se que novos trabalhos busquem n&o s& atentar aos fatores apontados, como tamb&m ao v&nculo trabalhista que se estabelece.
Palavras-chave: Jovens, Sentidos do trabalho, Rela&&es de trabalho na administra&&o
Studies about the meaning of work have become quite widespread in the Brazilian academy. In this sense, the authors aimed to contribute to the field by understanding the meanings of work for young people with different working organizations: trainees and workers of a supportive enterprise. Data were collected through semi-structured interviews and analyzed by content analysis. The results suggest that the meaning of work may be linked to issues such as social class and educational level. The employment contract can also be a variable in the attribution of meaning. It is suggested that new studies seek not only to pay attention to the factors mentioned, but also to the labor relationship that is established.
Keywords: Young Adults, Meaning of Work, Labor Relations in Management
Introdu&&o
Estudos acerca da rela&&o entre os jovens e o trabalho no Brasil s&o na sua maioria recentes, pois esta & marcada pelas transforma&&es no mundo, principalmente com rela&&o ao mercado e &s rela&&es de trabalho ocorridas nos <imos anos. Considera-se importante discutir o sentido atribu&do ao trabalho pelos jovens uma vez que, segundo Dias (2009, p. 15), o emprego e a
qualifica&&o profissional s&o tomados como necess&rios a sua inclus&o social. Neste sentido, Fran&a Filho (2008, p. 29), observa que "a sociedade moderna & antes de tudo uma sociedade do trabalho". O autor apresenta que a esfera econ&mica passa a desempenhar papel determinante na vida das pessoas, esta se torna "locus principal para a constitui&&o de identidades individuais e coletivas" (Fran&a Filho, 2008, p. 29) que, por sua vez, perpassam a quest&o do trabalho.
O trabalho, mais que mera atividade de subsist&ncia, pode ser considerado um importante meio de se conceder sentido & vida das pessoas, conferindo-lhes identidade e reconhecimento (Ara&jo, Sachuk, 2007; Ardichvili, Kuchinke, 2009). Por esta raz&o, o trabalho acaba afetando diversas dimens&es da vida das pessoas, como observa Spilerman (2008). Para o autor, a precariza&&o das rela&&es de trabalho n&o impacta somente nas organiza&&es, mas tamb&m na sociedade como um todo, influenciando em decis&es da fam&lia como casamento, ter ou n&o filhos e deixar ou n&o a casa dos pais.
Dias (2009), em estudo sobre os sentidos do trabalho para jovens formandos em uma universidade p&blica, identificou uma articula&&o entre sentidos do trabalho e projetos de vida em que a possibilidade de desemprego ap&s a gradua&&o representava um sentimento de vulnerabilidade. Sugere-se, assim, que o trabalho tenha centralidade na vida dos jovens, uma vez que o mesmo pode ser visto como meio para a inclus&o social. A juventude, conforme ela sugere, constitui uma etapa de transi&&o da condi&&o de educando para a inser&&o no mundo do trabalho, da& a import&ncia de estudos acerca do trabalho para os jovens.
Segundo Abramo (2005), a no&&o de juventude remete a uma et de liga&&o ou transi&&o entre a inf&ncia e a primeira socializa&&o, da depend&ncia quase total e necessidade de prote&& e, ainda, & fase m&xima do desenvolvimento, ao se tornar capaz de fazer escolhas, de exercer atividades produtivas, reprodutivas e participativas. Estudos mostram que as idades que delimitam o fim e o in&cio da juventude variam com o espa&o e &s vezes, no mesmo espa&o, com o passar do tempo. Na maioria das vezes, o social se sobrep&e ao biol&gico (Rodrigues, 1997). A fase de transi&&o passa a servir como modelo normativo para a constru&&o das trajet&rias biogr&ficas. Tradicionalmente, a ideia de transi&&o tem como eixo principal a passagem da condi&&o de depend&ncia para a de independ&ncia, associada & vida adulta. Assim, a passagem das fases tem como refer&ncia alguns marcos como a conclus&o dos estudos, o exerc&cio de uma atividade produtiva, a sa&da da casa dos pais e a constitui&&o de uma nova fam&lia (Leccardi, 2005).
Contudo, sabe-se que a juventude n&o representa um bloco homog&neo, capaz de responder por um conjunto de categorias fixas. Da mesma maneira em que h& diferentes formas de socializa&&o profissional relativas aos distintos grupos de jovens, pois variam em origem social, regional, &tnica, g&nero e/ou em capital intelectual. H&, sobretudo, o conceito de "juventudes", antes de se falar em juventude (Reguillo, 2002; Abramo, 2005; Guimar&es, 2005). Portanto, t&m-se diferentes representa&&es, anseios, interesses e comportamentos dessas m<iplas juventudes, atreladas a distintos contextos temporais e culturais, que resultam em diferentes caminhos de inser&&o profissional (Rocha-de-Oliveira, 2009), expectativas com o trabalho e constru&&o da carreira. Com isso, pergunta-se se estas diferen&as tamb&m se configuram com rela&&o aos sentidos do trabalho.
Diante do exposto, o presente estudo & fruto de pesquisas realizadas com dois grupos de jovens trabalhadores, a saber: trainees de uma grande empresa, localizada no Rio Grande do Sul e trabalhadores de um empreendimento solid&rio, situado em S&o Paulo. Em ambos os casos, foram pesquisadas as dimens&es dos sentidos do trabalho para os participantes, dentre outros aspectos com rela&&o ao trabalho. A partir da&, surgiu o interesse de realiza&&o do presente estudo, no qual se buscou investigar o seguinte problema de pesquisa: os jovens trabalhadores atribuem do mesmo modo sentidos ao trabalho, independente do modelo de gest&o da organiza&&o em que est&o inseridos? Espera-se compreender o sentido do trabalho para jovens trabalhadores de um empreendimento solid&rio e para trainees de uma grande empresa, al&m de analisar se as diferen&as/semelhan&as quanto aos sentidos do trabalho est&o ou n&o relacionadas ao modelo de gest&o e organiza&&o do trabalho.
O Trabalho e sua Centralidade
Denomina-se centralidade do trabalho ao grau de import&ncia dado ao trabalho na vida das pessoas. Com rela&&o & exist&ncia de centralidade do trabalho, destacam-se diferentes pontos de vista, assim como a respeito da perman&ncia deste na sociedade contempor&nea. Autores como Offe (1989) e Gorz () propagam a era do fim do trabalho e a total perda de centralidade na vida das pessoas. Por outro lado, h& os que afirmam que estamos vivendo uma realidade diferente e que o trabalho continuar& existindo e ocupando lugar central nas nossas vidas, como Toledo e Hernandez (2000) e Antunes (2002).
Mesmo no s&culo passado, Gorz (1982) j& anunciava um deslocamento no lugar, antes central, do trabalho na sociedade, principalmente a partir de sua obra Adeus ao Proletariado. Em outra obra, o autor afirma que n&o vivemos mais em uma sociedade de produtores, pois
o trabalho n&o & mais o principal cimento social, nem o principal fator de socializa&&o, nem a ocupa&&o principal de cada um, nem a principal fonte de riqueza e de bem-estar, nem o sentido e o centro de nossas vidas. (Gorz, 1995, p. 16)
Offe (1989), ao discutir se o trabalho ainda & uma categoria sociol&gica chave, refere-se a tr&s aspectos que problematizam o poder de determina&&o social deste: a heterogeneidade das formas de trabalho, o decl&nio da "&tica do trabalho" e as mudan&as da import&ncia do trabalho, provocadas pelos constantes deslocamentos ocupacionais no decorrer da trajet&ria profissional. Isso resultaria em uma perda da centralidade do trabalho, acrescentada ao fato de que este n&o representaria mais a fonte principal de identidade e sentido.
Antunes (2002) argumenta que n&o h& uma perda da centralidade da categoria trabalho na sociedade contempor&nea, uma vez que n&o se pode concluir que h& uma perda na centralidade do trabalho no universo de uma sociedade produtora. Mesmo que haja uma tend&ncia a uma maior intelectualiza&&o do trabalho fabril ou um desenvolvimento do trabalho qualificado, tendo como consequ&ncia uma subproletariza&&o dos trabalhadores.
A redu&&o do tempo de trabalho no processo produtivo, bem como a diminui&&o do trabalho manual e o incremento do trabalho intelectual n&o negam a lei do valor ao se considerar a centralidade do trabalho. Deste modo, o que acontece & que o trabalho n&o perde sua import&ncia, mas o significado do que & trabalhar & que se modifica. Essa mudan&a ocorre conforme os limites entre trabalho e n&o-trabalho se tornam difusos, com o aumento da flexibilidade e do individualismo (Toledo, Hernandez, 2000; Antunes, 2002).
Segundo Maar (2006) a solidariedade e a &tica das classes podem at& ter diminu&do. Mas a inser&&o social por via do emprego e do assalariamento continuam sendo uma realidade efetiva, que inclusive sustentam a autoidentifica&&o social. Assim, na atual forma&&o capitalista, o trabalhador, mesmo que alienado, & dependente do sal&rio. Homens e mulheres, mesmo que sem emprego, permanecem como "sujeitos laborais assalariados". O autor acrescenta ainda que a sociedade capitalista & incapaz de se reproduzir ou conservar sem a media&&o do trabalho. Assim, pode-se inferir a centralidade, e a necessidade, do trabalho perante a forma&&o social, capital e trabalho, mesmo que ele encontre-se em tend&ncia declinante frente ao crescimento do capital.
A centralidade do trabalho pode ter, ainda, uma representa&&o diferente durante o tempo de vida do trabalhador. Apresenta-se ent&o o conceito de centralidade relativa do trabalho, que & influenciada por cada etapa da vida e mede a rela&&o do trabalho com outros aspectos considerados importantes para os indiv&duos. A partir desta ideia, pondera-se que a mesma pessoa dedique-se ao trabalho de maneira diferente, dependendo da etapa em que se encontra da trajet&ria profissional (Tolfo, Piccinini, 2007). Considera-se que a discuss&o a respeito da centralidade do trabalho seja indispens&vel para que se compreenda os sentidos e os significados atribu&dos ao trabalho, conforme ser& visto a seguir.
Sentidos e Significados do Trabalho
Embora os conceitos de significado e sentido do trabalho sejam usualmente tratados como sin&nimos nos estudos acad&micos, Tolfo e Piccinini (2007) fazem uma distin&&o. Por significado do trabalho, as autoras compreendem a representa&&o social que & o trabalho, tanto em n&vel individual, quanto em n&vel grupal e em n&vel social. J& o sentido do trabalho & compreendido enquanto "um componente da realidade social constru&da e reproduzida, que interage com diferentes vari&veis pessoais e sociais e influencia as a&&es das pessoas e a natureza da sociedade num dado momento hist&rico" (Tolfo, Piccinini, 2007, p. 40).
Assim, como Alberton e Piccinini (2009) exp&em, enquanto o conceito de significado do trabalho relaciona-se ao entendimento social acerca do que se percebe como trabalho, o sentido representa dimens&es pessoais em rela&&o ao trabalho. Por esta raz&o, optou-se por tratar neste artigo n&o do significado, mas do sentido do trabalho, uma vez que o objetivo & compreender o sentido que os jovens atribuem ao trabalho, ou seja, as dimens&es individuais que jovens inseridos em organiza&&es com orienta&&es distintas relacionam ao seu trabalho.
Conforme Morin, Tonelli e Pliopas (2007), estudos do grupo de pesquisadores do Meanings of Work International Research Team (MOW) mostraram que, ao redor do mundo, o sentido do trabalho pode assumir desde uma condi&&o de neutralidade at& a de centralidade na identidade social e pessoal das pessoas. Morin (2001) estabelece que para que um trabalho tenha sentido para quem o executa, ele deve possuir determinadas caracter&sticas, como aquele que leva o trabalhador a algo, em outras palavras, ele & dotado de objetivo e realizado de maneira eficiente. O trabalho deve ainda ser moralmente aceit&vel, ou seja, executado de maneira socialmente respons&vel e deve ser intrinsecamente satisfat&rio, trazendo prazer e realiza&&o pessoal &quele que o realiza, por proporcionar a autonomia no trabalho, o aprendizado, a cria&&o de oportunidades para que o trabalhador persiga seus ideais e realize suas ambi&&es, estimulando suas necessidades de crescimento pessoal e senso de responsabilidade.
Ainda segundo Morin (2001), o trabalho com sentido deve tamb&m conceder retorno sobre o desempenho do trabalhador e ser capaz de mant&lo-ocupado. Deve garantir seguran&a, especialmente, em termos financeiros, independ&ncia e autonomia, al&m de ser fonte de experi&ncias de rela&&es humanas satisfat&rias, proporcionando o surgimento de sentimentos de vincula&&o ao grupo de trabalho e la&os de afei&&o, que contribuam na constru&&o da identidade pessoal e social do trabalhador.
Morin, Tonelli e Pliopas (2007), aplicando a abordagem de Morin (2001) para o estudo dos sentidos do trabalho indicaram que os brasileiros tenderam a se alinhar &s concep&&es positivas sobre o trabalho, o que parece refor&ar a centralidade do trabalho no contexto nacional As autoras apontaram ainda que, mesmo dentro do grupo relativamente homog&neo, a idade parece ter sido um fator de influ&ncia nos sentidos sobre o trabalho, de modo que as autoras recomendaram que estudos futuros considerassem tamb&m a qualifica&&o profissional e classe social para uma melhor compreens&o dos sentidos sobre o trabalho.
A proposta do presente artigo se coloca, portanto, em certa medida, alinhada a esta sugest&o, uma vez que os jovens entrevistados em uma grande empresa e no empreendimento solid&rio t&m origens em classes sociais e qualifica&&es profissionais distintas. Os trainees, na sua maioria, tiveram ali sua primeira experi&ncia profissional, enquanto todos os jovens trabalhadores do empreendimento solid&rio j& haviam trabalhado em outros locais para ajudar no sustento de suas fam&lias. Al&m disso, a totalidade dos trainees detinha como grau de escolaridade ensino superior completo, enquanto apenas um dos jovens do empreendimento solid&rio o tinha. Morin (2001) ainda destaca que os sentidos do trabalho s&o fortemente influenciados pela organiza&&o do trabalho. No presente artigo, buscou-se tamb&m contribui&&o a este respeito, ao se investigar os sentidos do trabalho para jovens inseridos em modelos distintos de organiza&&o do trabalho. A seguir, apresenta-se breve discuss&o a respeito da organiza&&o do trabalho e sua interface com os sentidos do trabalho.
Organiza&&o do Trabalho e os Sentidos do Trabalho
A organiza&&o do trabalho & entendida por Piccinini e Rocha de Oliveira (2011) como o conjunto de aspectos sociais e t&cnicos que, por meio de processo de constru&&o social, geram regras e normas que interferem na produ&&o, bem como na divis&o do trabalho. A organiza&&o do trabalho est& relacionada & estrutura de poder e ao controle organizacional e tem sofrido mudan&as decorrentes das press&es do ambiente, como a competi&&o entre as empresas, bem como as for&as econ&micas, pol&ticas, tecnol&gicas e sociais. Em rea&&o, as organiza&&es t&m introduzido novas formas de gest&o e organiza&&o do trabalho que nem sempre configuram inova&&es, podendo representar a reprodu&&o de modelos j& existentes.
Por meio de um hist&rico das mudan&as ocorridas na gest&o do trabalho no Brasil, considerando-se a forma&&o do Pa&s e o resultado da influ&ncia do modelo de gest&o estadunidense, Piccinini e Rocha de Oliveira (2011) buscam compreender as mudan&as que ocorreram na organiza&&o do trabalho em &mbito nacional. Segundo os referidos autores, ao longo da trajet&ria dos modelos de gest&o no Brasil, estes foram adquirindo novas roupagens sem, contudo, se desvincularem de sua l&gica central, pautada na busca pela articula&&o dos interesses individuais dos trabalhadores aos da organiza&&o.
Colaborando para a discuss&o das transforma&&es nos modos de organiza&&o do trabalho, Capelli et al. (1997) apontam que estas tiveram in&cio com as press&es sofridas pelos empregadores para reestruturarem as opera&&es a fim de alcan&arem uma melhor performance. Como uma das suas consequ&ncias, essa reestrutura&&o ocasionou uma redu&&o nos postos de trabalho. Segundo Souza (2003), o desemprego representa somente uma parte de uma problem&tica ainda mais preocupante: a crise da sociedade salarial, decorrente da deteriora&&o das rela&&es de trabalho que marcaram o capitalismo p&s-industrial. A massa de trabalhadores em busca de emprego, ou que se dedica a alguma atividade de maneira prec&ria, constituem um conjunto que colabora para diminuir os n&veis salariais daqueles empregados com carteira assinada, al&m de enfraquecerem as a&&es sindicais por conquistas trabalhistas.
Com isso, somam for&as os empreendimentos solid&rios, como s&o chamadas as organiza&&es da Economia Solid&ria. Nesta nova forma de produ&&o, com&rcio e troca imperam a coopera&&o, o respeito ao meio ambiente, a solidariedade e a ajuda rec&proca entre os membros das organiza&&es que a comp&em. Segundo a Secretaria Nacional de Economia Solid&ria (SENAES, 2009), a Economia Solid&ria apresenta quatro caracter&sticas: a coopera&&o, a dimens&o econ&mica, a solidariedade e a autogest&o. A coopera&&o refere-se & uni&o de esfor&os e habilidades, converg&ncia de interesses e objetivos, a propriedade coletiva de bens e a responsabilidade partilhada pelos resultados, sejam eles sobras ou preju&zos.
A autogest&o & entendida como o conjunto das pr&ticas participativas exercidas pelos membros de empreendimentos solid&rios como protagonistas nas a&&es partilhadas de dire&&o, coordena&&o, planejamento, processos de trabalho e defini&&es estrat&gicas (SENAES, 2009). Singer (2003a) afirma que a autogest&o de uma empresa solid&ria difere completamente (ou assim deveria proceder) da gest&o de uma empresa capitalista (que caracteriza a heterogest&o), uma vez que na primeira, todas as informa&&es relevantes se encontram dispon&veis aos interessados, de forma transparente, o que, em tese, reduz os conflitos de interesses, uma vez que na empresa autogestion&ria a administra&&o & democr&tica, com decis&es tomadas coletivamente (Singer, 2006).
Lechat e Barcelos (2008, p. 99) entendem que a autogest&o representa, dentro da Economia Solid&ria, "o divisor de &guas com o cooperativismo empresarial e com todas as propostas que fazem da Economia Solid&ria um simples instrumento de gera&&o de renda e trabalho, de desenvolvimento econ&mico", uma vez que muitos empreendimentos que a comp&em, apesar de solid&rios, n&o chegam a ser autogestion&rios. Esta dificuldade por parte dos empreendimentos solid&rios em alcan&arem a autogest&o & abordada por Castanheiras e Pereira (2008, p. 117) que afirmam que "tanto a economia solid&ria quanto a autogest&o envolvem proposi&&es que rompem com os pressupostos capitalistas, exigindo a ado&&o de novos conceitos e valores que n&o se sustentam somente por artif&cios econ&micos".
Buscando-se, conforme Morin (2001), articular a organiza&&o do trabalho aos sentidos deste, com base em Antunes (2000), poder-se-ia inferir, portanto, que um trabalho autodeterminado, como deveria existir em um empreendimento solid&rio, poderia colaborar para o fomento dos elementos que poderiam ajudar a fundar um novo sistema de metabolismo social, em que o sentido da sociedade se volte ao atendimento das reais necessidades sociais e humanas e o trabalhar se paute em atividade livre, como auto-atividade baseada no tempo dispon&vel. Com base nestas discuss&es, buscou-se compreender se existem diferen&as/semelhan&as quanto aos sentidos do trabalho para os jovens e se estas est&o relacionadas ao modo de gest&o/organiza&&o do trabalho da organiza&&o em que trabalham.
Rela&&o dos Jovens com o Trabalho
A transi&&o do per&odo de forma&&o para o mercado de trabalho tem sofrido influ&ncia das novas condi&&es de trabalho e emprego. Rompe-se a no&&o de equipara&&o entre trabalho e emprego, de contratos a tempo completo e de longa dura&&o, nos quais o v&nculo empregat&cio n&o mais & estendido a toda a vida produtiva do trabalhador. Assim, mudam-se as rela&&es de trabalho e, consequentemente, o sentido que as pessoas atribuem a ele devido &s incertezas que os cercam, como as intensas transi&&es entre situa&&es ocupacionais, imprevisibilidade das trajet&rias profissionais e individualiza&&o do trabalhador, que se torna o &nico respons&vel pelo seu caminho profissional (Offe, 1989; Guimar&es, 2005).
Gorz (2004) promove a ideia de que os jovens teriam desenvolvido uma rela&&o espec&fica frente ao trabalho, tendo em vista a intensidade com que tiveram de conviver com essas mudan&as na estrutura do mercado de trabalho. Segundo o autor, os jovens assumiriam a condi&&o de "exilados do trabalho", antecipando o fim da centralidade do mesmo, antes mesmo que esta se impusesse de modo socialmente mais amplo. Os jovens, portanto, s&o os precursores de uma mudan&a no significado do trabalho, diferentemente do que pensavam as gera&&es passadas, socializadas sob a &tica do trabalho (Guimar&es, 2005).
Guimar&es (2005) constata que o trabalho aparece como refer&ncia central entre as opini&es, atitudes, expectativas e relatos de experi&ncias ocorridos com os mais de tr&s mil jovens entrevistados, com idades entre 15 e 24 anos. A autora adota a hip&tese de que a centralidade do trabalho n&o adv&m dominantemente do seu significado &tico, mas sim da sua import&ncia mais como uma demanda a satisfazer do que um valor a cultivar. Assim, tem-se que o trabalho mobiliza o interesse dos jovens, principalmente relacionado ao emprego.
Em pesquisa com jovens trabalhadores portugueses de diferentes classes sociais, Guerreiro e Abrantes (2005) constataram que com qualifica&&es escolares, cient&ficas e t&cnicas superiores frente &s gera&&es passadas, os jovens acabam tendo acesso a oportunidades em setores em expans&o. Em fun&&o disso, um contingente significativo deles tem investido na ideia de alongar o percurso de forma&&o para alcan&ar melhores posi&&es no mercado de trabalho e, desde cedo, alguns j& ocupam cargos de decis&o nas organiza&&es e tem altos sal&rios, mesmo em situa&&o de precariedade nos contratos.
O movimento de precariza&&o - tanto das rela&&es de produ&&o e trabalho, quanto das rela&&es e pap&is sociais - faz com que as experi&ncias de vida e trabalho se tornem cada vez mais epis&dicas e desconexas, introduzindo altera&&es no movimento narrativo dos indiv&duos. Com isso, segundo Guimar&es (2005) n&o h& um movimento de perda da significa&&o do trabalho para os jovens, mas sim uma produ&&o de novos e diferentes significados. Estes refletem o contexto do mercado de trabalho, a maneira como se d& sua inser&&o profissional, as expectativas com rela&&o ao trabalho e o perfil do jovem trabalhador.
Procedimentos Metodol&gicos
O contato com o empreendimento solid&rio foi poss&vel pela indica&&o de uma profissional de uma organiza&&o de representa&&o de empreendimentos solid&rios. Foi realizada uma primeira visita ao empreendimento, apresentada a proposta e consolidou-se a possibilidade de realizar o estudo no local escolhido. J& a empresa foi escolhida por ter um Programa Trainee tradicional, reconhecido e, consequentemente, bastante disputado entre os jovens que almejam a carreira corporativa. Assim como na organiza&&o autogestion&ria, ap&s os primeiros contatos, a proposta da pesquisa foi apresentada aos respons&veis e, a partir de ent&o, foram realizadas as entrevistas, todas presenciais e por meio de um roteiro semiestruturado. O per&odo de realiza&&o das entrevistas foi no ano de 2010 e a faixa et&ria dos jovens entrevistados, em ambas as organiza&&es, varia de 20 a 24 anos. Optou-se por estas organiza&&es com o objetivo de abordar contextos que, na vis&o das autoras, mostravam-se como dotados de orienta&&es distintas: um empreendimento solid&rio e uma grande empresa.
Tal como ocorreu com os participantes, as organiza&&es foram preservadas. Para garantir o sigilo em termos de identifica&&o, os participantes receberam nomes fict&cios e, no caso dos trabalhadores do empreendimento solid&rio, tamb&m foram omitidas as ocupa&&es dos entrevistados evitando sua identifica&&o por colegas da organiza&&o. Dessa maneira, as organiza&&es ser&o assim identificadas: "empresa" e "organiza&&o autogestion&ria".
A empresa foi fundada em 1957 e & uma das maiores organiza&&es do seu setor no Brasil. Atualmente tem mais de seis mil funcion&rios e tem nos Programas Trainee uma das principais formas de capta&&o de jovens para atender as necessidades de renova&&o, fortalecimento e expans&o dos neg&cios. A empresa realizou a primeira edi&&o do Programa Trainee em 1991 e vem se consolidando como um dos Programas mais disputados do Pa&s.
J& a organiza&&o autogestion&ria foi fundada em 2000 por trabalhadores de uma antiga empresa metal&rgica. Ap&s a fal&ncia da metal&rgica, com ajuda estatal, os trabalhadores conseguiram comprar a massa falida e fundar a organiza&&o autogestion&ria, uma uni&o de cooperativas administrada pelos pr&prios trabalhadores.
O crit&rio de escolha dos participantes foram contatos preestabelecidos e indica&&es -dos pr&prios entrevistados e dos respons&veis em cada organiza&&o -, caracterizando-se, assim, o m&todo de conveni&ncia para acesso aos participantes. A principal vantagem da utiliza&&o deste crit&rio para compor o quadro de entrevistados & a agilidade e a rapidez para estabelecer os contatos. Por outro lado, por depender somente da indica&&o, tende-se a contatar somente alguns atores do processo, tornando poss&vel a exclus&o de outras pessoas inseridas neste mesmo contexto. Cabe ressaltar, ainda, que o n&mero de participantes n&o foi previamente fixado, uma vez que ele evoluiu e sofreu altera&&es no decorrer da pesquisa.
No caso da empresa, foi realizada uma reuni&o com a respons&vel de recursos humanos e alguns dos membros de sua equipe, encarregados pelo processo de recrutamento, sele&&o e desenvolvimento de trainees, para explicita&&o dos objetivos da pesquisa e para dirimir poss&veis duvidas em rela&&o ao contato preliminar via email. Ap&s a reuni&o, juntamente com o aceite de colabora&&o com a pesquisa, o respons&vel pelo programa trainee enviou os contatos dos jovens que ingressaram na mais recente edi&&o do programa, os quais integraram a pesquisa. Em raz&o da grande quantidade de atividades atribu&das aos trainees, a dificuldade encontrada para a realiza&&o das entrevistas foi a concilia&&o de hor&rios dispon&veis para tal.
Na organiza&&o autogestion&ria, foram feitas previamente entrevistas com representantes de tr&s organiza&&es de representa&&o de empreendimentos solid&rios (UNITRABALHO, UNISOL e ANTEAG), a fim de se conseguir uma indica&&o de organiza&&o solidaria que pudesse compor a pesquisa. A escolha por estas tr&s organiza&&es de representa&&o se deu em raz&o da facilidade de acesso & sede destas, visto que todas se encontram em S&o Paulo e pelo reconhecimento que as mesmas possuem no campo da Economia Solid&ria. A partir da indica&&o destes representantes foi poss&vel acessar a organiza&&o autogestion&ria que comp&e a presente pesquisa. Nesta, solicitou-se a indica&&o de jovens trabalhadores que pudessem participar das entrevistas. A dificuldade encontrada para a realiza&&o das entrevistas com os jovens foi tamb&m a concilia&&o de hor&rios, visto que as mesmas foram realizadas durante o per&odo de expediente destes.
No contato com os poss&veis participantes da pesquisa, foi definida a melhor forma de se fazer as entrevistas, quest&es como dia, hor&rio e local foram acertadas de acordo com a disponibilidade dos participantes. Embora a n&o defini&&o do n&mero de participantes seja caracter&stica da pesquisa qualitativa (G Mattos, 2006), optouse por manter os recortes do estudo, tendo como foco o corte geracional dos entrevistados e a sua atua&&o nas duas organiza&&es. Com isso, foi poss&vel a realiza&&o da pesquisa com oito participantes, sendo cinco da organiza&&o autogestion&ria e tr&s trainees da empresa.
A an&lise e tratamento dos dados se deram por meio de an&lise de conte&do, que Campos (2004) define como um conjunto de ferramentas que possibilita a an&lise de dados qualitativos de pesquisas. Uma vez transcritas as entrevistas, procedeu-se a primeira etapa da an&lise de conte&do, que consiste numa primeira leitura do material, a fim de que o pesquisador tenha suas primeiras impress&es sobre os dados. Ap&s esta fase, foi realizada a sele&&o das unidades de an&lise, quando os principais temas s&o escolhidos, conforme os objetivos de estudo e o referencial te&rico adotado.
O pr&ximo passo & a categoriza&&o, a separa&&o dos temas em grandes enunciados denominados de categorias, de acordo com seu grau de proximidade, podendo estas ser aprior&sticas ou n&o aprior&sticas (Campos, 2004). No presente artigo, utilizou-se a categoriza&&o aprior&stica, questionando-se os entrevistados com fins de se compreender os sentidos do trabalho para os mesmos. Os resultados obtidos ser&o discutidos a seguir.
Sentidos do Trabalho para Jovens de um Empreendimento Solid&rio
Na organiza&&o autogestion&ria, os trabalhadores ingressam como celetistas, por um per&odo de tr&s anos, findado o qual podem manifestar seu desejo de se tornarem cooperados, seguindo o regimento interno da organiza&&o. Caso n&o o queiram, o contrato de trabalho & encerrado. Conforme a Lei 5764/71, as cooperativas podem contratar funcion&rios. Entretanto, para que o n&mero de celetistas n&o ultrapasse o de cooperados, como ocorre nas chamadas "coopergatos" ou cooperativas "de fachada", os trabalhadores optaram por esse regime de contrata&&o antes do ingresso dos novos trabalhadores na organiza&&o como cooperados. Por esta raz&o, os cooperados da organiza&&o autogestion&ria que se dispuseram a participar das entrevistas n&o se enquadraram na faixa et&ria de interesse desta pesquisa.
A organiza&&o autogestion&ria & uma uni&o de tr&s cooperativas de produ&&o de an&is, flanges e conex&es de a&o, constitu&da ap&s a fal&ncia de uma empresa do mesmo ramo, localizada na regi&o do ABC Paulista. Nesta organiza&&o existem duas formas de inser&&o no trabalho: os trabalhadores podem ser cooperados, que integram as cooperativas na forma de cooperados, ou seja, como "s&cios propriet&rios" da organiza&&o e os celetistas, que s&o contratados pela organiza&&o, conforme referido anteriormente.
Independentemente de sua forma de inser&&o no trabalho, os trabalhadores podem exercer suas fun&&es seja na &rea administrativa ou operacional. Os trabalhadores da &rea administrativa se ocupam das atividades de gest&o da empresa, enquanto os da &rea operacional atuam diretamente na produ&&o dos produtos. Cooperados e celetistas trabalham conjuntamente, sem distin&&o em rela&&o & sua forma de inser&&o na organiza&&o. Por exemplo, operadores de determinada m&quina trabalham conjuntamente, sejam estes cooperados ou celetistas. Segundo relatos dos entrevistados, h& possibilidade de aprendizagem de novas fun&&es em raz&o de a cultura organizacional permitir o intercambio de conhecimentos e a ajuda m&tua no trabalho.
Partindo-se dos relatos dos entrevistados, a centralidade do trabalho se fez presente, contrariando o argumento de Gorz (2004) de que os jovens estariam antecipando o fim da centralidade do trabalho colocando-se como que na condi&&o de "exilados do trabalho". Para todos os entrevistados, o trabalho foi apontado como componente importante de suas vidas, como exemplificaram Daniel, Henrique e Pedro, jovens trabalhadores do setor produtivo da organiza&&o autogestion&ria.
Ah, pra mim sempre foi importante, quando eu comecei, l&gico que eu n&o queria, eu tava brincando n&, 14 anos de idade. Eu tava jogando bola ainda quando meu tio veio me chamar pra trabalhar. A& ele falou: "voc& vai ter de deixar de jogar bola, vai ter que parar com isso, parar com aquilo". (...) A&, eu entrei nesse mercado, trabalhei, passou dois anos e fui mandado embora. A& eu chorei, e vi a import&ncia do trabalho. (Daniel, 23 anos)
Trabalho & a estrutura do homem, o homem sem trabalho n&o & ningu&m. Mulher sem o trabalho... como & que voc& vai viver sem trabalho? &E essencial na vida de qualquer ser humano. (Henrique, 22 anos)
O trabalho, no momento, acho que se eu n&o trabalhar, acho que eu morro. Quem paga minhas contas? (Pedro, 21 anos)
Para Joana, uma jovem trabalhadora do setor produtivo da organiza&&o autogestion&ria, ao trabalho atribui-se um sentido de subsist&ncia, o qual fora encontrado tamb&m em pesquisa realizada por Dal Magro e Coutinho (2008). Citando Marx (), Dal Magro e Coutinho (2008) atribuem este sentido & influ&ncia do capitalismo, que transforma o trabalho n&o mais em um fim em si mesmo, mas um meio de manuten&&o da vida dos trabalhadores. Os relatos de Daniel e de Pedro, entretanto, podem indicar um contraponto a Guimar&es (2005), para quem o trabalho, para os jovens, se coloca como central n&o mais enquanto valor &tico, mas sim, como demanda a ser satisfeita, j& que, para este jovem, & conferida import&ncia ao trabalho e o mesmo & visto como "estrutura do homem", extrapolando, assim, sua fun&&o de subsist&ncia para tornar-se, como Ara&jo e Sachuk (2007) e Ardichvili, Kuchinke (2009) observam, um meio importante para se conceder sentido & vida das pessoas, bem como identidade e reconhecimento pessoal e social.
Trabalho? &E uma maneira de eu me sustentar, n&?
(Joana, 20 anos)
Estes jovens trabalhadores tiveram experi&ncias anteriores de trabalho em outras organiza&&es e cursaram at& o n&vel t&cnico de educa&&o formal. Os relatos deles parecem indicar que, assim como Morin (2001) sugere, a classe social de suas fam&lias, que os motivou a buscar desde cedo seu ingresso no mercado de trabalho, colaborou para que atribu&ssem ao trabalho maior &nfase no sentido de subsist&ncia, em rela&&o aos jovens trainees. Este sentido de subsist&ncia relacionado ao trabalho tamb&m fora atribu&do por Gabriela, outra jovem da organiza&&o autogestion&ria. Entretanto, ela atribuiu ainda outros sentidos ao trabalho, relativos & realiza&&o pessoal, & maturidade e & sociabilidade proporcionados pelo exerc&cio da atividade laboral.
Para mim, o trabalho & tudo isso, & o sentir-se &til. At& a maturidade eu acho que entra nisso, & ter maturidade, voc& perceber que voc& est& crescendo, que voc& est& mudando, & voc& aprender muito mais, porque, eu falo, eu j& trabalhei
em v&rios lugares e gostei de todos eles, mas, assim, a [organiza&&o autogestion&ria], at& por ter a caracter&stica de cooperativa, ela & uma escola, porque voc& v& de tudo o tempo todo em todos os sentidos, porque voc& v& tanto de cooperado quanto de celetista. (Gabriela, 24 anos)
Singer (2003) j& apontava que a situa&&o de emprego &, por vezes, confundida com o trabalho, sendo assim, considerada a forma leg&tima deste. Assim, conhecer outras formas de trabalho, al&m da modalidade do v&nculo empregat&cio, representou para a entrevistada um aprendizado. A pr&pria organiza&&o do trabalho de maneira autogestion&ria, pode tamb&m representar um aprendizado acerca das formas poss&veis n&o s& de trabalho, mas tamb&m de sistema econ&mico, como sugere outro relato de Joana, ao comentar se achava que sua forma de conceber o trabalho havia se alterado com a experi&ncia de trabalhar na organiza&&o autogestion&ria:
Mudou por quest&o de conhecimento, n&? Porque eu fiquei conhecendo uma Economia Solid&ria, que & totalmente diferente de uma S.A., n&? Mas, fora isso, porque eu continuo sendo celetista, n&? Ent&o, eu tenho que conduzir o meu trabalho... normal. (Joana, 20 anos)
J& o relato de Daniel, quando tamb&m questionado se trabalhar na organiza&&o autogestion&ria havia alterado sua forma de entender o trabalho, sugere que o trabalho nesta organiza&&o, em compara&&o com experi&ncias anteriores em empresas, pode relacionar-se a um sentido de resgate da autoestima, pela possibilidade de aprendizado e de variedade de atividades.
Agora sim eu tenho vontade de acordar cedo pra trabalhar, estudar sei que vou crescer cada dia mais. Mas l& era sempre a mesma coisa, n&o tinha autoestima, era s& aquilo, aquilo, ia ficar vinte, trinta anos l& e ia ser s& aquilo.
(Daniel, 23 anos)
Os resultados podem apontar, como Antunes (2000) sugere, que o trabalho autodeterminado (tal como empreendimentos solid&rios) favorece, ou deveria favorecer uma vida mais plena de sentido, dado que a vida fora do trabalho se encontra, de certo modo, influenciada pela vida no trabalho.
Conforme apresentado, os cinco jovens entrevistados na organiza&&o autogestion&ria mantinham v&nculo de trabalho enquanto celetistas na organiza&&o. A an&lise dos resultados ent&o sugere, como ilustra o segundo excerto do relato de Joana, que ser celetista e n&o cooperado (situa&&o que os pr&prios entrevistados relataram como equivalente a ser um "s&cio" da organiza&&o, com maior participa&&o nas decis&es e estabilidade no trabalho) parece ter influenciado nos sentidos do trabalho para estes jovens. A seguir, discutemse os resultados obtidos a partir das entrevistas com os jovens trainees.
Sentidos do Trabalho para os Jovens Trainees
O trainee & um indiv&duo egresso recentemente da universidade e que & admitido na condi&&o de funcion&rio, mas com a vantagem de receber uma carga espec&fica de treinamento. Ap&s o per&odo de adapta&&o e treinamento (geralmente um ano), o trainee permanece na organiza&&o ou & desligado da mesma, distinguindo-se do estagi&rio por ser um profissional formado e por ter v&nculo empregat&cio.
Os trainees aprovados, mesmo durante o per&odo de treinamento, j& ganham responsabilidades e atribui&&es na empresa, assim como os demais colegas, exercendo atividades administrativas relativas ao departamento ao qual foram destinados (ex: marketing, comunica&&o, m&dias digitais, entre outros). Entretanto, os trainees passam por v&rios outros departamentos para conhecerem as atividades realizadas nestes, ou seja, recebendo um tratamento diferenciado dos demais colegas de departamento que ingressam como contratados enquanto analistas, por exemplo. Durante o per&odo de treinamento dos trainees, estes elaboram um relat&rio acerca de tais visitas a cada departamento da empresa, propondo novas ideias e melhorias para as atividades desempenhadas. Tal relat&rio deve ser entregue ao final do per&odo de treinamento e & muito importante para a perman&ncia ou n&o e conquista de novos cargos pelos jovens trainees na empresa.
Segundo os pr&prios participantes, o perfil do trainee basicamente & o mesmo: ser jovem, din&mico, vision&rio, ter capacidade de comunica&&o, saber trabalhar em grupo, ser &tico, maduro, valorizar a empresa e buscar o aprendizado constantemente. Alguns inclu&ram ainda pontos como ser de classe m&dia, ter forma&&o em universidades reconhecidas e ter tido notas boas, al&m de ser competitivo e ter ambi&&o.
(...) todo mundo enxerga [o trainee] como um cara diferenciado que a empresa viu e t& investindo, isso t& impl&cito pra alguns poucos, mas t& expl&cito pra maioria das pessoas, ent&o todo mundo valoriza muito (...).
(Paolo, 22 anos)
H&, portanto, um car&ter especial ao cargo de trainee, uma vez que estes se sentem valorizados ao conquistar a vaga em um processo seletivo muito concorrido e, ainda, h& um status por parte da empresa e dos meios de comunica&&o social com rela&&o aos Programas Trainee. Esta valoriza&&o, entretanto, implica em press&o, pois os jovens buscam agir de acordo com o "perfil ideal" esperado, pois pensam que ao demonstrar certos atributos, ser&o notados e se destacar&o. Al&m disso, o fato dos gestores buscarem selecionar pessoas com o perfil semelhante pode estimular a competitividade, pois por mais que todos sejam "especiais", n&o ir&o surgir vagas em cargos gerenciais para todos ao mesmo tempo.
Questionados sobre a rela&&o deles com o trabalho, dois dos entrevistados evidenciaram a centralidade do trabalho nas suas vidas, confirmando as conclus&es de Toledo e Hernandez (2000) e Antunes (2002).
[O trabalho] & tamb&m uma forma de completar o sucesso pessoal, que & fazer uma rede de contatos, & amigos, & oportunidades, & conhecer coisas novas, eu acho que o conhecimento que o trabalho te gera tamb&m & muito importante, acho que basicamente & isso, s&o muitas coisas, sucesso profissional, sucesso pessoal vem com o profissional junto (...). (Paolo, 22 anos)
Trabalho pra mim (...) & um dos principais pontos da minha vida, at& por que se tu for parar pra pensar assim tu passa a principal parte da tua vida trabalhando. Ent&o eu quero aproveitar ao m&ximo isso (...) me divertindo mesmo, trabalhando. Trabalho para mim tem que ser uma coisa que te d& prazer. (...) Enquanto eu tiver feliz aqui, vou ficando, fazendo uma coisa que eu acho legal. (Romeo, 22 anos)
O trabalho & apresentado como algo relacionado ao prazer e & realiza&&o pessoal, o que confirma com os dados de Applebaum (1995). Al&m disso, o trabalho para estes jovens tamb&m & central independente do emprego, pois este pode (e deve) ser trocado quando n&o corresponde mais &s expectativas. Mais do que isso, o trabalho aparece como um elemento muitas vezes mais importante do que a fam&lia, muito pouco mencionada na pesquisa com os jovens trainees, talvez por estarem em uma fase da vida que corresponde ao in&cio da carreira profissional e, com isso, o foco prende-se a esta quest&o, conforme elucida o conceito de centralidade relativa do trabalho, de Tolfo e Piccinini (2007). Portanto, como tamb&m observa Guimar&es (2005) n&o existe um movimento de perda da import&ncia do trabalho para os jovens, mas sim uma produ&&o de novos sentimentos com rela&&o a este, os quais refletem o contexto no qual est&o inseridos.
Ainda sobre a import&ncia dada ao trabalho ser maior muitas vezes do que a outros aspectos da vida, somente uma participante apresentou uma ideia contr&ria.
Eu acho que & importante trabalhar (...) mas eu n&o boto o trabalho como centro da minha vida. Eu acho que ele & um dos objetivos, mas n&o & o principal, eu n&o vivo para trabalhar, eu n&o vivo para crescer na empresa, eu n&o vivo para crescer na hierarquia e me tornar presidente. O meu objetivo principal & que eu seja feliz no trabalho, se for como diretora, &timo, se for como gerente, ok, se n&o for como nenhuma dessas, tudo bem. O importante & que eu goste do que eu to fazendo, que eu seja recompensada, bem recompensada por isso, mas que a minha vida n&o se resuma a trabalho. (...) gosto de investir, gosto de qualidade de vida, gosto de poder ter fim de semana, gosto de poder, sei l&, investir num mestrado, num doutorado, continuar estudando e n&o parar de ter essa parte pessoal (...). E eu acho que & isso, de balan&ar as duas coisas assim: carreira e o resto da vida. (Milena, 23 anos)
Contudo, mesmo afirmando que o trabalho n&o & central na sua vida, a entrevistada aponta alguns objetivos, como investir em capacita&&o, como se isso fosse descolado da vida profissional. Al&m disso, ao falar sobre seus "objetivos principais", ela menciona que & "ser feliz no trabalho" e, logo ap&s, cita tr&s poss&veis situa&&es, sendo "diretora" a primeira lembrada, seguida de "gerente" e "nenhuma dessas", juntamente com express&es que aparentemente refletem uma hierarquia de sentimentos, como "&timo", "ok" e "tudo bem", respectivamente. Todavia, juntamente com o "gostar do trabalho", ressalta ser importante que "seja recompensada, bem recompensada", o que pode estar relacionado & observa&&o de a esfera econ&mica tem ocupado espa&o privilegiado na vida das pessoas, tornando-se fator importante para a participa&&o na sociedade, entendida como "sociedade do trabalho", como afirma Fran&a Filho (2008).
Tem-se, no geral, que para os trainees, o trabalho representa um meio de ser bem sucedido, de se realizar, crescer e aprender, mas desde que se goste do que faz. Ou seja, o trabalho tem que estar aliado ao prazer, sen&o n&o ter& sentido para estes jovens. Contudo, o prazer, no relato de Milena, n&o aparece desligado da recompensa, de uma remunera&&o alta, compat&vel com a sua dedica&&o profissional.
Os trainees detinham, em geral, em compara&&o aos jovens do empreendimento solid&rio, maior grau de escolaridade e situa&&o socioecon&mica mais favor&vel. Al&m disso, tiveram acesso forma&&o complementar, como cursos no exterior, cursos de extens&o universit&ria, p&s-gradua&&o, entre outros, que os auxiliou no ingresso no mercado de trabalho de maneira considerada privilegiada, como alguns reconhecem. Isso pode fazer com que a vis&o de mundo e do trabalho destes jovens seja influenciada por estes aspectos, conforme j& relataram Guerreiro e Abrantes (2005) e Morin (2001), que considera a classe social e o grau de escolaridade participam do processo de atribui&&o de sentido ao trabalho.
Com rela&&o & organiza&&o do trabalho, os relatos dos trainees elucidam a influ&ncia da estrutura disponibilizada pela empresa e, consequentemente, no sentido atribu&do ao trabalho, confirmando os achados de Morin (2001).
Quando cheguei aqui eu meio que vi um mundo livre pela frente. (...) E t& conseguindo fazer projetos que eu acho que s&o legais. (...) o meu dia-a-dia ficou muito mais interessante, sabe. (...) N&o tem um dia que eu acho chato, sabe. (...) Claro, &bvio que tem coisa ruim pra resolver, mas, de uma forma geral (...) a sensa&&o que a galera t& confiando em mim. (...) [Mas, por outro lado] fica todo mundo te olhando e pensando "esse cara & trainee".
(Romeo, 22 anos)
Aqui a gente tem, & at& desleal assim, tem conhecimento sobre todos os neg&cios, conhece um monte de gente diferente que vai te ajudar em v&rios assuntos e s&o portas, tu passa a ter a chave de 'n' portas dentro da empresa (...). (Paolo, 22 anos)
E a& com as palestras eu comecei a ver "que voc&s ser&o os futuros gestores e tal" (...). A empresa te d& muito carta branca pra tu opinar mesmo (...). Nas coisas que eu acho que s&o boas, nas coisas que eu acho que podem melhorar, (...) e assim a gente diz que parece que trainee tem meio que licen&a po&tica pra fazer esse tipo de coisa. (Milena, 23 anos)
Observa-se que o fato destes jovens serem trainees reflete nas oportunidades disponibilizadas pela empresa, inclusive perante os demais funcion&rios, mesmo que mais experientes e/ou at& mais qualificados, fato este que pode inclusive ocasionar conflitos na organiza&&o.
(...) essa forma&&o de l&deres, eu acho que isso & muito importante (...) "p& eu quero ser l&der" (...), n&o quero ser um cara, tipo n&o quero ser um analista, assistente.
(Paolo, 22 anos)
Mas &s vezes tem assim "ah, s& por que & trainee n&o sei o que" (...). Isso & at& meio perigoso, por que trainee & muito disso "ah voc&s foram selecionados porque voc&s ser&o os gestores da empresa e tal". Pode acontecer alguma coisa de arrog&ncia de trainee e de ser assim "ah, eu sou mais do que os outros, eu sou mais do que aquele ali que t& sentado do meu lado". E o contr&rio tamb&m pode acontecer, quer dizer, o outro dizer "ah, aquele ali & nojentinho s& por que & trainee". (Milena, 23 anos)
Confirma-se que o fato deles serem trainees est& ligado ao sentido atribu&do ao trabalho por estes jovens, uma vez que eles ratificam que a perman&ncia deles na empresa est& relacionada ao fato de terem encontrado aspectos convergentes com os quais eles valorizam no trabalho. Interessante observar, ainda, que Milena e Paolo foram estagi&rios na empresa e, ap&s o per&odo de est&gio, foram contratados como funcion&rios da mesma. No entanto, eles narraram sentimentos diferentes com rela&&o ao trabalho se comparados ao per&odo que est&o agora como trainees. Considera-se, portanto, que n&o apenas a organiza&&o do trabalho influencia na composi&&o do sentido do trabalho para estes entrevistados, como tamb&m tem representatividade a forma de contrato, o v&nculo, entre a organiza&&o e o trabalhador, seja como estagi&rio, funcion&rio ou como trainee, ainda que numa mesma empresa.
Considera&&es Finais
Buscou-se, ao longo deste artigo, compreender os sentidos do trabalho para jovens inseridos em organiza&&es de trabalho distintas, a saber: trainees de uma grande empresa e jovens trabalhadores de um empreendimento solid&rio. A escolha por estas organiza&&es deu-se em raz&o da inten&&o das autoras em compreender os sentidos do trabalho para jovens trabalhadores de organiza&&es com modelos de gest&o guiados por orienta&&es distintas: se na empresa capitalista, a posse do capital e do trabalho est&o em m&os distintas, na organiza&&o autogestion&ria ambos se encontram nas m&os dos trabalhadores. A partir da discuss&o dos resultados sugere-se que, tal como apresentado por Morin (2001), a organiza&&o do trabalho, a classe social dos entrevistados e seu grau de escolaridade podem influenciar na atribui&&o de sentidos ao trabalho. Isso porque, possivelmente, em raz&o de sua classe social e grau de escolaridade, os jovens trabalhadores da organiza&&o autogestion&ria tenderam a atribuir maior sentido de subsist&ncia ao trabalho.
A atribui&&o de sentido do trabalho articulado a valores morais se mostrou tamb&m predominante entre os jovens trabalhadores de empreendimento solid&rio em rela&&o aos trainees. Tais resultados podem apontar, como Antunes (2000) sugere, que o trabalho autodeterminado (tal como empreendimentos solid&rios) favorece, ou deveria favorecer uma vida mais plena de sentido, dado que a vida fora do trabalho se encontra, de certo modo, influenciada pela vida no trabalho. Deste modo, diferentemente do que aponta Guimar&es (2005), os jovens n&o estariam deixando de lado os valores &ticos do trabalho para encar&-lo enquanto demanda a ser cumprida. Conforme descrito, ao falar sobre o que o trabalho significa para os jovens trainees as respostas foram mais relacionadas & busca pelo prazer e pela satisfa&&o no trabalho, ao inv&s de aspectos como o desempenho de alguma atividade remunerada por necessidade.
Entretanto, os participantes de ambos os grupos demonstraram apre&o ao trabalho, principalmente os que o remeteram & ideia de aprendizagem e de realiza&&o por meio deste. Os jovens entrevistados visualizam nestes trabalhos uma oportunidade de crescimento profissional e, por isso, admitiram uma dedica&&o &s respectivas organiza&&es. Al&m disso, s&o todos jovens, com isso, pode-se sugerir que este empenho tamb&m se expresse como parte de uma centralidade relativa do trabalho, confirmando os achados de Tolfo e Piccinini (2007).
Complementando as observa&&es de Morin (2001) acerca dos fatores de poss&vel influ&ncia aos sentidos do trabalho (organiza&&o do trabalho, classe social e grau de escolaridade), sugere-se, a partir da discuss&o dos resultados que tamb&m o tipo de v&nculo trabalhista que se estabelece possa estar relacionado & atribui&&o de sentido ao trabalho. Entretanto, isto acabou contrariando o resultado de trabalhos anteriores, como o de Alberton e Piccinini (2009), segundo o qual a forma do contrato de trabalho n&o se fez relevante para o grupo pesquisado. Conforme o relato dos jovens trabalhadores da organiza&&o autogestion&ria, parece que os mesmos percebem que o trabalho dos colegas cooperados difere do seu, em raz&o da maior participa&&o e estabilidade no trabalho que atribuem ao trabalho cooperado em rela&&o ao trabalho com v&nculo empregat&cio, assim como, nas suas devidas propor&&es, ocorreu com os trainees, que pareceram enxergar distin&&o entre o trabalho com o v&nculo de est&gio e com v&nculo empregat&cio.
Diante disso, recomenda-se que trabalhos futuros busquem compreender os sentidos do trabalho para trabalhadores cooperados e celetistas de organiza&&es de economia solid&ria e/ou de funcion&rios com contratos distintos em uma empresa, atentando para poss&veis distin&&es entre os sentidos do trabalho, a fim de se buscar investigar a possibilidade de que as formas de v&nculo trabalhista possam tamb&m contribuir para o processo de atribui&&o de sentidos ao trabalho.
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Recebido em: 13/12/12
Aceito em: 16/07/13

参考资料

 

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