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On-line version ISSN
Cienc. Rural vol.35 no.4 Santa Maria July/Aug. 2005
http://dx.doi.org/10.-00026
ENGENHARIA RURAL
Pulveriza&&o
em alvos artificiais: avalia&&o com o uso do software conta-gotas
Spraying on
artificial targets: evaluation with conta-gotas software
Marcelo Gon&alves
BalanI; Otavio Jorge Grigoli Abi SaabII; In&s Cristina
de Batista FonsecaII; Cristhiane Gonzaga da SilvaIII;
Enio Hyroyuki SasakiIII
do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Cient&fico e Tecnol&gico(CNPq),
Mestrando em Agronomia, Universidade Estadual de Londrina, autor para correspond&ncia,
Rua Irati, 66, , Londrina, PR, Brasil. E-mail:
IIDepartamento de Agronomia, Centro de Ci&ncias Agr&rias,
Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, Brasil
IIIDiscente do curso de Agronomia, Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, PR, Brasil
A maioria dos m&todos
que avaliam as pulveriza&&es agr&colas, al&m de
subjetiva, & de dif&cil execu&&o. Com o desenvolvimento
da inform&tica, h& a possibilidade de as an&lises serem
processadas em grande n&mero e de forma n&o subjetiva. O objetivo
deste trabalho foi avaliar se o software Conta-Gotas pode ser utilizado para
estudar o efeito do tamanho da gota, do vento e da orienta&&o
do bico na cobertura de uma pulveriza&&o em alvos artificiais.
Na aplica&&o de cima para baixo, os resultados obtidos para as
vari&veis cobertura e n&mero de gotas cm-2 podem ser
considerados como esperados e mostram que, apesar de simples, o m&todo
tem sensibilidade para detectar diferen&as. Considerando a orienta&&o
do bico, de cima para baixo e de baixo para cima, os resultados mostraram que
a invers&o provoca altera&&es no comportamento das gotas
de pulveriza&&o em rela&&o ao seu tamanho e efeito
do vento. O software conta-gotas & adequado para ser usado em avalia&&es
semelhantes &s realizadas neste trabalho.
Palavras-chave:
deposi&& pontas de pulveriza&&o.
The majority of
methods, which evaluates the pulverization in agriculture, besides being subjective
it has difficult performance. With the development of the computer science,
there is a possibility of processing analyses in great number and in a no subjective
way. The objective of this work was to evaluate if the Conta-Gotas software
can be used to study the effect of the drop size, the wind and the orientation
of the spray nozzles in willing targets spraying coverage. From the top to the
bottom application, the obtained results for the following variables as covering
and droplets cm-2 can be considered as expected and they show that,
in spite of being simple, the method has sensibility to detect differences.
Considering the top to the bottom and vice-versa spray nozzles orientation the
results show how the simple inversion provokes alterations in the behavior of
the pulverization drops in relation to its size and effect of the wind. The
conta-gotas software is appropriate to be used in similar evaluations like the
ones done in this work.
Key words:
spray nozzles.
O uso da pulveriza&&o
na agricultura depende n&o somente de produtos de a&&o
comprovada, mas tamb&m da tecnologia desenvolvida para sua aplica&&o.
A pulveriza&&o fica ainda condicionada ao momento de sua realiza&&o
e a influ&ncia dos fatores meteorol&gicos e biol&gicos.
A efici&ncia da pulveriza&&o & afetada pela forma,
tamanho e posi&&o do alvo, densidade, di&metro e velocidade
de gota e pela velocidade e dire&&o do fluxo. Abi&Saab&(1996)
destaca que n&o necessariamente gotas menores promover&o melhores
coberturas e deposi&&es, dependendo, entre outros fatores, do
efeito do vento e da orienta&&o do bico. Segundo Steden (1992),
a import&ncia do tamanho das gotas cresce em fun&&o do aumento
da dificuldade de alcance do alvo. Os fatores que influenciam as caracter&sticas
da deriva, segundo SATOW et al. (1993), s&o, al&m do tamanho das
gotas, velocidade, turbul&ncia e dire&&o do vento. O volume
de aplica&&o, dist&ncia do alvo, press&o, velocidade
e a energia cin&tica das part&culas pulverizadas tamb&m
influenciam diretamente a deriva. Ventos superiores a 10km h-1 s&o
altamente problem&ticos & aplica&&o de defensivos
porque favorecem o desvio da trajet&ria das part&culas pulverizadas
(MATTHEWS & THORNHILL, 1994). Esses ventos podem jogar as gotas sobre o
aplicador e, dependendo da posi&&o em que se estiver aplicando,
lev&-las para &reas adjacentes. Os di&metros das gotas formadas
s&o diferentes nos diversos equipamentos para pulveriza&&o,
apesar da alta tecnologia empregada. O ideal & que se consiga uma maior
homogeneidade no tamanho das gotas, sendo que o bico de pulveriza&&o
& o elemento que mais influencia na qualidade do tratamento desejado
(BLANCA, 1999). Os m&todos utilizados para avaliar as aplica&&es
exigem condi&&es encontradas apenas em laborat&rios. O
desenvolvimento de m&todos mais simples e confi&veis &
um desafio antigo. Basear-se apenas em avalia&&es visuais, mesmo
que usando papel sens&vel & &gua, por exemplo, n&o
& considerado adequado. Com
o desenvolvimento da inform&tica, & poss&vel analisar amostras
em n&mero suficiente, e de maneira n&o subjetiva, permitindo conclus&es
mais confi&veis. Microcomputadores, scanners e softwares est&o
dispon&veis em praticamente todos os lugares, o que facilita sobremaneira
a possibilidade de realizar avalia&&es das aplica&&es
que antes n&o seriam poss&veis. O objetivo deste trabalho foi
avaliar se o software Conta-Gotas (CANTERI et al., 2001) pode ser utilizado
para estudar o efeito do tamanho da gota, do vento e da orienta&&o
do bico na cobertura de pulveriza&&es em alvos artificiais.
O experimento foi
realizado em ambiente fechado, com temperatura de 20&C e umidade relativa
do ar de 70%, condi&&es obtidas com o uso de um aparelho de ar
condicionado. Os alvos artificiais utilizados foram tiras de papel cartolina
branca, com dimens&es de 10 x 4cm, dispostos horizontalmente. As pulveriza&&es
foram efetuadas utilizando-se equipamento costal equipado com v&lvula
reguladora de press&o. A
calda aplicada foi uma mistura de &gua com corante preto para tinta l&tex
na propor&&o de 0,5 %. O experimento foi separado em duas partes.
Na primeira, o bico foi orientado de cima para baixo e, na segunda, de baixo
para cima, em rela&&o & posi&&o do alvo.
Para os tratamentos, utilizaram-se dois tipos de pontas de pulveriza&&o
tipo leque, 110-LD-02 e 110-SF-02, gerando gotas denominadas, neste trabalho,
de maiores (GMa) e menores (GMn), respectivamente. As aplica&&es
foram realizadas sempre a 0,50m do alvo, press&o de trabalho de 200kPa,
vaz&o de 0,68L min-1 e velocidade de deslocamento de 6km h-1.
Cada aplica&&o foi repetida na presen&a de vento com velocidade
m&dia de 10km h-1, gerado por ventiladores dispostos de maneira
a promover um efeito lateral. Considerou-se a primeira aplica&&o
como sem efeito do vento (SV) e a segunda como com o efeito do vento (CV). Os
ventiladores, apesar de n&o recomendados para simular vento em experimentos
deste tipo, foram utilizados devido & impossibilidade de executar o experimento
em condi&&es ideais. A temperatura, a umidade relativa do ar e
a velocidade do vento foram monitoradas por um termohigroanem&metro. Os
alvos foram digitalizados com 300 dpi de resolu&&o em preto e
branco em um Scanner, gerando um arquivo de imagem cujas cores originais (preta
e branca) foram transformadas pelo software Corel Draw 10&
para azul e amarelo, respectivamente, para serem processadas pelo software Conta-Gotas
(CANTERI et al., 2001). As faces dos alvos foram denominadas superior (S) e
inferior (I). As vari&veis analisadas foram: cobertura (&rea percentual
coberta pela aplica&&o) e n&mero de gotas por cent&metro
quadrado. As duas partes do experimento foram analisadas em esquema fatorial
2 x 2 x 2 (tamanho de gota x face do alvo x vento), com 10 repeti&&es.
As an&lises estat&sticas foram feitas atrav&s da an&lise
de vari&ncia complementada com o teste de Tukey para compara&&o
de m&dias, em n&vel de probabilidade de erro de 5%.
Os resultados das
duas partes do experimento, onde apareceram diferen&as significativas,
est&o apresentados na . Na primeira parte,
com orienta&&o do bico de cima para baixo em rela&&o
ao alvo, observou-se a presen&a de gotas, independente do tamanho ou
do efeito do vento, apenas na face superior dos alvos. Esse fato pode ser atribu&do
ao tipo de ponta utilizada, de jato plano ou leque, que geralmente &
indicada para pulveriza&&es com gotas maiores e que, naturalmente,
tem menor capacidade de cobertura da face do alvo contr&ria ao sentido
da aplica&&o. No entanto, a completa aus&ncia das gotas
na face inferior dos alvos sugere que o m&todo avaliado pode n&o
ter a sensibilidade para detectar gotas menores. Para os resultados da cobertura,
houve diferen&a significativa apenas na intera&&o Gota
x Vento, com as gotas maiores propiciando melhor cobertura, sob condi&&o
de vento, em compara&&o &s menores. Portanto, o uso de
gotas maiores, sob condi&&es de vento, apresentou menor potencial
de ocorr&ncia de deriva e ventos com velocidades de 10km h-1
favoreceram o desvio da trajet&ria das part&culas pulverizadas,
concordando com MATTHEWS & THORNHILL (1994). O n&mero de gotas por
cent&metro quadrado, na intera&&o Gota x Vento, apresentou
diferen&a significativa na pulveriza&&o efetuada com gotas
menores, sendo superior na condi&&o de aus&ncia de vento.
No entanto, com presen&a de vento, esta diferen&a n&o foi
significativa. Esse resultado tamb&m corrobora o entendimento geral que
as gotas menores s&o mais sujeitas ao desvio do alvo, devido &
deriva (SARKER et al., 1997). A aplica&&o, de cima para baixo,
representa a maioria dos casos de pulveriza&&o com equipamentos
de barras, predominante na produ&&o de gr&os. Os resultados
obtidos para as vari&veis de cobertura e n&mero de gotas cm-2
podem ser considerados como esperados.
Com orienta&&o
do bico de baixo para cima, segunda parte do experimento, observou-se a presen&a
de gotas nas duas faces dos alvos, independente do tamanho da gota ou do efeito
do vento. Ocorreu intera&&o para Gota x Face x Vento para a cobertura
dos alvos. A cobertura foi significativamente maior na face inferior, independente
do vento e do tamanho das gotas. Na face superior, a cobertura foi significativamente
maior com a aus&ncia de vento para as gotas menores, conforme o esperado.
No entanto, para as gotas maiores, a presen&a de vento resultou em uma
cobertura significativamente maior na face superior dos alvos. O n&mero
de gotas cm-2 foi significativamente maior na face inferior dos alvos,
que recebeu diretamente a pulveriza&&o, havendo somente intera&&o
Gota x Vento. Para as gotas maiores, o fator vento n&o causou diferen&a
significativa, mas, para as menores, a presen&a de vento diminui significativamente
o n&mero de gotas cm-2. Na compara&&o do tamanho
das gotas, o vento provocou aumento significativo nas gotas maiores, ocorrendo
o inverso no caso da aus&ncia do mesmo. Esse fato & esperado, pois,
para um mesmo volume de aplica&&o, um DMV menor determina um n&mero
de gotas maior. No entanto, com vento, as gotas menores estar&o mais
sujeitas aos efeitos da deriva. Segundo ABI SAAB (1996), em aplica&&es
de baixo para cima, as gotas maiores podem proporcionar melhor cobertura. O
autor tamb&m atribuiu esse comportamento & quantidade de movimento
adquirido pelas gotas (momento linear), fun&&o da velocidade e
da massa da gota, que leva uma gota de massa maior a uma maior dist&ncia,
quando arremessada de baixo para cima. Esta maior massa faz com que a gota sofra
menor influ&ncia de outras for&as como, por exemplo, o vento.
Os resultados mostram
que a invers&o da orienta&&o do bico provoca altera&&es
no comportamento das gotas de pulveriza&&o em rela&&o
ao seu tamanho e efeito do vento. O software Conta-Gotas apresentou desempenho
satisfat&rio e pode ser utilizado em avalia&&es semelhantes.
Entretanto, deve-se aprofundar os estudos visando ao estabelecimento do n&mero
adequado de amostras.
REFER&ENCIAS
ABI SAAB, O.J.G.
Avalia&&o de um sistema de aplica&&o de defensivos
utilizado em videiras no Munic&pio de Londrina/PR. 1996. 65f. Disserta&&o
(Mestrado em Agronomia/ Energia na Agricultura) - Faculdade de Ci&ncias
Agron&micas, Universidade Estadual Paulista. &&&&&&&&[  ]BLANCA, A.L. Maquinaria
agr&cola: constituici&n, funcionamiento, regulaci&n y cuidados.
3.ed. Madrid: Minist&rio da Agricultura, Pesca e Alimenta&&o,
p. &&&&&&&&[  ]CANTERI, M.G. et
al. Conta-gotas: sistema para an&lise de efici&ncia de pulveriza&&o.
In: Congresso Paulista de Fitopatologia, 24., 2001, Piracicaba, SP. Summa
Phytopathologica. Jaboticabal : Grupo Paulista de Fitopatologia, 2001. v.27,
p.136. &&&&&&&&[  ]MATTHEWS, G.A.;
THORNHILL, E.W. Pesticide application equipment for use in agriculture.
Rome : FAO, p. &&&&&&&&[  ]SATOW, T. et al.
Influence of droplet size of spray on drift characteristics. Res Bull Obihiro
Univ, v.18, p.97-104, 1993. &&&&&&&&[  ]SARKER, K.U. et
al. Effects of liquid properties on the potential for spray drift from flat-fan
hydraulic nozzles. In: BRIGHTON CROP PROTECTION CONFERENCE, 1997, Brighton.
Proceedings... Surrey : The British Crop Protection Council, 1997. p.555-560.
&&&&&&&&[  ]STEDEN, C. Untersuchungen
zum einflub der tropfengr&be auf die belagsbildung und die biologische
wirksamkeit gegen Berk. an reben. f. Inaugural Dissertation (zur
Erlangung des Doktorgrades Justus-Liebig-Universit&t Gieben) - Justus-Liebig-Universit&t
Gieben.&&&&&&&&[  ]&
Recebido para publica&&o
Aprovado em 19.01.05
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